Dizem as pesquisas científicas comportamentais e antropológicas que nós como primatas aprendemos pelo exemplo. Sim aprendemos a andar vendo nossos pais andando. Aprendemos a falar ouvindo a fala alheia.
Sendo assim a forma como nos tratamos foi ensinada, algumas lições não são tão claras.
Quando um pai atravessa a rua com o filho, fora da faixa ou com o sinal aberto aos carros, esta ensinando que as regras não se aplicam a eles. Ensina que nem todas as regras precisam ser seguidas.
Quando dão castigos e não os mantém estão ensinando que a palavra não tem valor e o que me parece pior, que não há conseqüências aos erros na vida. Cada vez que um pai toma o caminho mais curto do sim e não explica ou ensina a diferença entro o certo e o errado a criança aprende que não há diferença. Aí nos perguntamos como uma pessoa pode matar outra, esquartejar, atropelar, roubar, bater, enganar. Não fomos nós, como sociedade, que ensinamos?
Se nossos políticos acham que podem levar vantagem em tudo e que podem fazer festa com o nosso dinheiro e nós não nos indignamos é porque nós ensinamos que tudo bem.
Cada vez que votamos sem prestar atenção estamos dando o aval. Cada vez que aceitamos troca de favores, que tentamos subornar o guarda, que furamos o sinal, que furamos fila estamos ensinando uns aos outros que as regras da civilidade não servem mais.
Se as regras não se aplicam a nós que somos uma elite educada, como vão se aplicar aos que não sabem ler, aos que ainda estão aprendendo?
Nós escolhemos o povo que temos, por meio do exemplo. Todos os dias nós tomamos a decisão consciente de ser como somos. Isso como indivíduos e como nação.
Se ensinarmos aos nossos filhos que as regras não são importantes que o Não pode ser quebrado ensinamos pra sempre. Se nossos políticos compram nosso voto como vamos querer algo honesto deles.
Nós temos o mundo que criamos, todos juntos.
... e se a partir de hoje todos decidirem dar o exemplo, mas o exemplo bom, só pra variar? Se ensinarmos uns aos outros que as regras têm vez, que as atitudes tem conseqüências e que na vida não há borracha.
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